The msX Files |
O MSX surgiu no Brasil no Natal de 1985, como "o micro para a
geração que vai mandar" (só depois, no lançamento do Plus DD-Plus, é que veio
aquela outra propaganda enjoada, de que "o mundo é dos Experts"), ou como
"um micro de gente grande" (ou algo assim - segundo a Sharp). O MSX, quando
surgiu no mercado, detonou com os outros computadores.
Posteriormente, como MSXzeiro, me senti mal com isso. Lembro-me de aconselhar
um amigo de cursinho de informática para que ele não vendesse o ZX-Spectrum dele e
migrasse para o MSX, mas para que ele ficasse no Spectrum. Não me sentia bem porque nunca
gostei da idéia de monopólio, nunca gostei de que algo dominasse o mercado. Aliás, isso
gerou em mim uma raiva dos PCs (1987-1990). Para mim, o mundo poderia acabar nos MSX e eu
estava feliz.
Então, o MSX pipocou no mercado, vendeu mais que água gelada no calor do
deserto. Conheci o MSX na casa de um amigo do meu pai (e depois nunca mais o vi), e fiquei
maravilhado. Pouco mais de um mês depois, em 24 de maio de 1986 (droga, eu ainda decoro
essas datas!), ganhei o meu, ops, nosso Expert. Nosso porque tambem era do meu irmão, mas
ele nunca se interessou mais do que por uns joguinhos. Lembro até hoje da fascinação de
ver aquela caixa de metal cinza escuro numa mesa, no hall de casa. Quase não dormi de
tanta alegria. Tinha 12 anos, e naquele dia em diante, minha vida foi mudada, passei a
saber do que eu queria viver: Trabalhando com informática. "A máquina de fazer
doido" que conquistou meu pai, 20 anos antes, me conquistou.
Tenho certeza de que muitos que leram esse parágrafo vão relembrar a 1a.
vez que olharam para um MSX e disseram: "É meu!". Naquela época o nosso Atari
2600 ficou de lado, e depois foi vendido. Outros vão dizer que isso é fudeba, que ficar
falando de sentimentalismos aqui é tolice... Ah, o arquivo é meu e pronto, falo o que
estou a fim. =)
Ah, eu já ia esquecendo do LD... Algumas das apresentações que a Gradiente
fez foram controlando um LaserDisc da Pioneer (se não me engano). É sabido de todos que
o Pioneer PX-7 (MSX 1) tinha um genlock embutido. No teclado do mesmo, havia uma tecla a
mais, para o genlock. Ficava no canto inferior direito. Você pode achar fotos desse dito
cujo na Funet, se interessar. O curioso era que ele permitia controlar o LD (algo
completamente novo na época), através de uma unidade de controle. Então, nas suas
apresentações, a Pioneer rodava um joguinho (ou dois) q deixava todo mundo louco: O
background do jogo ficava dentro do LD. Logo, as imagens de fundo eram inseridas usando o
recurso do genlock, e o fundo sendo pintado com cor transparente. Ou seja, ele não era
gerado pelo computador, o que ele gerava eram alguns sprites na frente. Isso, causava um
impacto sensacional. Infelizmente não sei o nome dos jogos, ou mais informação a
respeito.
Então, o que tem a Gradiente com isso? Bem, como a fudebosa da Gradieca
tinha a facilidade de comprar produtos no exterior e levar para Manaus, eles importaram
alguns Pioneer, LDs, um LD-player, etc. Desmontaram um deles, e enfiaram ele dentro de uma
carcaça de Expert. Logo, para todos os efeitos, o Expert é que estava comandando o LD e
o show. Só que aquele Expert era um Pioneer. Como eu nunca vi nas feiras de informática
quando o MSX estava (passei a ir em feiras no tempo do OS/2 1.0), não vi se o teclado era
levemente diferente. Ambos tinham teclado destacado, logo era mais fácil para adaptar.
Outra das demonstrações curiosas que a Gradiente fez foi um Expert (até prova em
contrário, era um!) controlando um braço mecânico. O controle era feito via slot, tinha
um baita cartucho preto no slot B do Expert, e um cabo ligava os dois. O mesmo pegava um
CD num porta-CDs e colocava num CD-player. Talvez até tenha fotos desse esquema em casa.
Não era tão espantoso assim, na MSX Micro no. 1 você podia encontrar uma nota sobre
robôs sendo controlados por MSXs. Se não me engano foi a Toshiba que fez os
"irmãos do R2-D2". Mas mesmo assim eu não os vi, assim como a história do MSX
da IBM que iria substituir o PCjr e que teria planilha, processador de textos e banco de
dados em ROM. Não sei se existiram ao certo ou eram montagem, mas que eu vi, eu vi.
Fim do arquivo.
Referencias:
- MSX-Micro nos. 1, 4.
- Minha (boa) memória.
0 - | O início do MSX no mundo |
1 - | MSX no Brasil - o início |
2 - | A Gradiente e suas trapalhadas |
3 - | Minha história pessoal, os LDs... |
4 - | MSX 2 |
5 - | Ademir Carchano e Prof. Piazzi |
6 - | Falhas de projeto da Gradiente |
7 - | Renato Degiovani |
8 - | O drive da Microsol |
9 - | Sharp lançando, brigas, Apple... |
10 - | Clubes, reserva de mercado |
11 - | A MegaRAM, um dos periféricos + populares do MSX |
12 - | Kits de transformação |
13 - | DDX: surgimento, ascensão e queda |