The msX Files |
Mas, voltando aos micros: A Sharp tambem fez a sua lista de lançamentos,
e como toda (boa?) empresa, descumpriu os prazos. Aliás, ela propunha umas idéias muito
doidas, como o tal do "Disquete Sequencial (QD)". Alguem sabe o que era isso?
Suponho eu que fosse um microdrive, semelhante ao que os micros Sinclair tinham (e ainda
tem) na Inglaterra. Ou o "Controle de Eletrodomésticos"? Se você tiver acesso
a uma revista daquela época, procure o anúncio de página inteira, onde surge um homem
de bigode, em mangas de camisa, sentado numa mesa do lado de um HotBit que plotava um
gráfico de pizza na tela do televisor Sharp (lógico). Achou? Leia o rodapé do anuncio.
Voilá... Em outro anúncio deles, eles mostravam disquetes de 5 1/4", 3 1/2" e
o disquete de 3" (tipico do Amstrad inglês). Já pensou o MSX usando uma coisa
dessas? Seria curioso. Inclusive na MSX Micro no. 3, quando pela 1a. vez falou-se em
drives para o MSX (mostrou-se um drive de 3 1/2 da Toshiba, na vertical, de cor
avermelhada - muito bonitinho, por sinal), a Sharp mostrou alguns lançamentos na UD
daquele ano. Por UD entenda-se Feira de Utilidades Domésticas. A foto que tinha no artigo
era de um mouse, nas cores do HotBit (o primeiro, bege). Olhando mais de perto, você pode
notar que o mouse parece muito com um modelo de mouse da Yamaha, assim como os mouses de
Amiga.
A "rivalidade" entre Expert e HotBit era algo tolo, e o maior
lesado era o consumidor. O HotBit era tido como aquele "computador de
brinquedo", e o Expert, um micro "profissional". Tremenda tolice, a maioria
dos MSX feitos no exterior eram parecidos com o Hot Bit. Mais uma vez prova-se que o
mercado é direcionado por emoções.
Aproveitando a confusão, os usuários de Apple partiram para o
contra-ataque. Picharam o MSX de "videogame de teclado" (e muitos assim se
referiram ao MSX), de micro não-profissional, de ser lento, de ter pouco soft...
Realmente, na epoca o que mais se vendia para MSX eram os jogos. Cansei de ver nas colunas
de classificados anúncios de venda de jogos. O MSX não tinha muito soft comercial, e a
falta das 80 colunas o limitava quanto ao uso de soft CP/M (o que na minha opinião foi um
erro). Pelo menos converteram o dBase II Plus e o Supercalc 2, logo o problema foi
diminuído.
Quanto a ser lento, o prof. Piazzi acabou com esse argumento usando o 'crivo
de Erastótenes' (algoritmo de não-sei-quantos-anos-atrás usado para cálculo de numeros
primos) e 2 micros. Você pode ver o resultado na CPU no. 10. Quanto a ter pouco soft...
Bem, o Apple ][ é presente dentro do sistema de ensino americano até hoje! Se você
procurar, boa parte das escolas ainda tem Apple ][ GS. Logo, muito se produziu, e não se
esqueçam que os americanos fazem tudo em excesso... E você botava uma placa de CP/M,
pronto, tinha tudo de CP/M rodando no Apple. O MSX era um micro novo, quando surgiu o
Apple tinha 7 anos de mercado. Bem, o MSX é indiscutivelmente o melhor 8 bits que já
surgiu, dispensava placas CP/M, era rápido, e a capacidade gráfica, superior.
Com o tempo a rivalidade diminuiu e alguns Applemaniacos até migraram para o
MSX. Outros pularam para o PC e relembram os "bons tempos" do Zork, Captain
Goodnight, Castle Wolfenstein, Karateka, usando emuladores. Fazer o que, né ?
0 - | O início do MSX no mundo |
1 - | MSX no Brasil - o início |
2 - | A Gradiente e suas trapalhadas |
3 - | Minha história pessoal, os LDs... |
4 - | MSX 2 |
5 - | Ademir Carchano e Prof. Piazzi |
6 - | Falhas de projeto da Gradiente |
7 - | Renato Degiovani |
8 - | O drive da Microsol |
9 - | Sharp lançando, brigas, Apple... |
10 - | Clubes, reserva de mercado |
11 - | A MegaRAM, um dos periféricos + populares do MSX |
12 - | Kits de transformação |
13 - | DDX: surgimento, ascensão e queda |